Sucot

Conhecida como Festa dos Tabernáculos ou Festa das Cabanas ou Festa das Tendas ou, ainda, Festa da Colheita, pois coincide com a estação das colheitas em Israel, início do outono.

Sucot, é uma das três maiores festas, conhecidas como ‘shloshet haregalim’ (as três peregrinaações), além de Pesach (Páscoa) e Shavuot (Semanas), esta é a terceira festa durante as quais o povo judeu peregrinava ao Templo de Jerusalém para oferecer ofertas. É comemorada no décimo-quinto dia do mês de Tishrei, duas semanas após Rosh Hashanah. 

“No primeiro dia tomareis para vós o fruto de árvores formosas, folhas de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o Senhor vosso D-us por sete dias. E celebrá-la-eis como festa ao Senhor por sete dias cada ano; estatuto perpétuo será pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis.  Por sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em tendas de ramos.” (Levítico 23.40-43)

     Aqui vemos o próprio D-us ensinando a Moisés como o povo deveria celebrar esta festa: morando em barracas de ramos durante sete dias. Uma forma de recordar os 40 anos em que o povo hebreu atravessou o deserto, após a sua saída do Egito. Nesse período o povo era nômade e vivia em pequenas cabanas frágeis e temporárias.

Arbaat HaMinim

     Vemos também sobre 4 espécies (arbaat haminim) – a serem usadas na observância da festividade de Sucot. As espécies são usadas todos os dias em que se celebra a festividade. São: etrog (fruto de árvores formosas) , lulav (folhas de palmeira), hadassim (ramos de árvores frondosas), aravah (ramo de salgueiro de ribeiras).

     Antigos sábios destacam, que D-us ordenou aos Israelitas de usarem estas 4 espécies durante a celebração, para lembrá-los que foram trazidos do deserto, onde nenhuma fruta crescia e nenhum povo vivia, para uma terra com água – a terra onde emana leite e mel. Por esta razão D-us comandou os Judeus de segurarem em suas mãos o precioso fruto da terra, enquanto cantavam salmos de agradecimento a quem lhes proporcionou milagres no passado, durante esta mesma estação. 

     Após o cativeiro na Babilônia, Sucot foi observada, pela primeira vez, após a retomada dos sacrifícios em Jerusalém (Esdras 3.2-4).

O Livro de Neemias descreve como, os israelitas celebravam Sucot, habitando em tendas, depois do cativeiro babilônico. (Neemias 8.13-18)

Sucot no período do Templo em Jerusalém

     A Festa dos Tabernáculos tinha dois aspectos distintos na época do Templo. Uma parte da festa era consagrada ao louvor e ações de graça. A outra parte, era dedicada a cerimoniais e orações por chuvas. Quando o Templo em Jerusalém se ergueu, um culto único era realizado todas as manhãs durante o feriado de Sucot: o Nisuch haMaim (“Derramamento da Água”) ou a Cerimônia de Libação da Água. A água para a cerimônia de libação, era retirada do tanque de Siloé, pelos sacerdotes e levada até o templo. A água era derramada sobre o altar e os sacerdotes invocavam a bênção de D-us para a chuva em seu devido tempo. Esta cerimonia é conhecida por ‘Simchat Beit HaShoeva’ (Alegria da Libação da Água).

      O toque das trombetas convocava o povo, que se postava nas ruas para assistir à esta marcha dos sacerdotes que subiam ao templo. Era um cortejo glorioso de sacerdotes vestidos de branco, instrumentos musicais e um coral com muitas vozes, unidos em uma só voz, em louvores ao Criador. Os levitas eram acompanhados por músicos com instrumentos de corda, sopro e percussão durante a recitação dos Salmos de louvor (Halel), especialmente o Salmo messiânico 118, versos 25 e 26: “Ó Senhor, salva, Te pedimos! Ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade. Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.

      A alegria que acompanhava este cortejo era palpável. Chegando ao templo, enquanto os sacerdotes derramavam a água no altar, invocando o Nome de D-us, no pátio externo do templo, dezenas de milhares de peregrinos se reuniam para ver a cermônia, em meio a danças e canções de louvores a D-us.

      No último dia, os sacerdotes faziam um circuito com sete voltas ao redor das ofertas que estavam no altar e mais uma vez, derramavam água, lavando o sangue dos animais e profetizavam as chuvas. 

Sucot nos dias atuais

      Hoje em Israel, a alegria ainda é  palpável. Multidões de pessoas se reúnem para festejar esta festa, e, aos pés do Muro Ocidental (das Lamentações), participam da Benção dos Sacerdotes (Birkat HaCohanim).

      Durante a semana da Festa, a cidade de Jerusalém fica toda iluminada. O clima é festivo nos quatro cantos. Nao é dificil pereceber a atmosfera de alegria, que já toma as ruas e o coração de cada judeu. 

      No primeiro dia, como forma de simbolizar este período, durante a celebração de Sucot, há uma festa com serviços especiais de oração e refeições feitas sob uma sucah, que deve ser erguida ao ar livre, deve ter pelo menos 3 paredes e o teto deve ser feito com palhas ou folhagens, possibilitando ver o céu. 

Chol HaMoed

      A partir do segundo dia, que são conhecidos como Chol HaMoed (a festa nos dias úteis), a comunidade em geral, por tradição, tira férias, saindo em passeios por parques, visita a familiares etc. Estes dias são considerados pela Halachá (lei judaica) mais do que dias normais de uma semana. Na prática, isso significa que todas as atividades que são necessárias para a festa, como comprar e preparar alimentos, limpar a casa em homenagem ao feriado, ou viajar para visitar outros em Sucot ou em passeios familiares são permitidas.

Hoshana Rabah

      O sétimo dia e último de Sucot é chamado “Hoshana Rabah” (Grande Hoshana/Súplica), referindo-se à tradição de que os fiéis na sinagoga levantam um clamor por perdão durante os serviços da manhã.

A observância moderna de Hoshana Rabbah é uma reminiscência das práticas que existiam Templo em Jerusalém. Era costume fazer uma procissão ao redor do altar por sete vezes, durante os dias em Sucot. Os sacerdotes carregavam os galhos de palmeiras ou salgueiros nas mãos. Toda a cerimônia é para demonstrar regozijo e gratidão por um ano abençoado e frutífero.

Estes sete circuitos correspondem ao verso 6 do Salmo 26 “Lavo as mãos em pureza e circulo ao redor do Teu altar, ó Senhor”.

Sucot no Novo Testamento

      No Novo Testamento, em João 7, temos registrado o grande discurso de Yeshua (Jesus). Este discurso aconteceu em Jerusalém, durante a festa dos Tabernáculos. No verso 13 vemos Yeshua no Templo durante a festa. No  verso 37 vemos Yeshua dando um dos seus mais importantes ensinamentos no Templo, no último dia da festa. “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. Este último dia é provavelmente o dia de ‘Simchat Beit HaShoeva’, a cerimônia do ‘derramamento de água’ mencionada acima.

“Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas; e vós os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e azeite. Porque gastais o dinheiro naquilo que não é pão: e o vosso suor naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom, e vos deleitareis com finos manjares. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis promessas a Davi”. (Isaías 55.1-3).

       D-us promete tirar de nós o coração de pedra e nos dar uma nova natureza, através de Seu Espírito que seria derramado em vasos humanos.

“Porque derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes”. (Isaías 44.3)

                    Sucot, É um tempo de regozijo e ação de graça. 

Chag Sucot Sameach!