Pesach

Pesach, significa literalmente “passagem”, pois o Senhor “passou” sobre as casas dos filhos de Israel, poupando-os. (Ȇx 12.27).

Uma FESTA instituída por D-us, ao anunciar a décima e última praga sobre o Egito: a morte dos primogênitos.

Foi estabelecida, como um estatuto perpétuo para que os filhos de Israel jamais se esquecessem que foram escravos no Egito, e que o próprio D-us os libertou com Sua destra poderosa e forte, trazendo juízo sobre Faraó e os deuses do Egito. (Ȇx 12)
Um memorial, um propósito, para que Israel jamais se esquecesse seu propósito de ser – Luz para as nações.
 

     Precisamos ter conhecimento dessa que é a mais simbólica das Festas de D-us, pois Páscoa fala de nossa LIBERTAÇÃO.
Devemos também, considerar a Páscoa como uma época de libertação pessoal, que cada pessoa deve ver nesta comemoração a ocasião de sua própria redenção. Mais ainda, a Páscoa não é um acontecimento que ocorreu e ficou no passado, milênios atrás, mas sim uma força redentora em nossos dias.
 

     Segundo Êxodo capítulo 12, Moisés fora instruído por D-us sobre como realizar a Páscoa: cada família israelita teria que sacrificar um cordeiro e o sangue deste, seria usado por sinal nas portas, pois à meia noite o anjo da morte passaria ali, poupando a casa que tivesse os umbrais sinalizados com o sangue. A Páscoa deveria ser celebrada com um jantar familiar, onde depois de sacrificado, o cordeiro seria assado e comido por todos. O jantar também deveria ter o pão asmo (matzá, em hebraico) sem fermento e ervas amargas. O pão sem fermento nos lembraria que na noite da Páscoa no Egito, comemos às pressas e o pão não teve tempo de fermentar. As ervas amargas nos lembrariam de como nossa vida era amarga sob a escravidão de Faraó.

     No período do Templo, famílias inteiras subiam a Jerusalém para oferecer sacrifícios em Pesach; mas antes, separavam o cordeiro, 4 dias antes do sacrifício, em 10 de Nisan (Ȇx 12.3). 

14 de Nissan. Os serviços de sacrifício são iniciados no Templo, enquanto isso, os levitas entoam o Halel (Louvor) e o repetem, até que todos possam sacrificar seus animais. 
     Na Bíblia, os salmos 113, 114, 115, 116, 117 e 118, fazem parte do ‘Halel, pois na estrutura original destes Salmos, todos começam com a palavra “halel” (Louvor), daí o nome.

    O shofar era tocado três vezes, com três toques diferentes, cada vez que o Halel era entoado. E assim, por turnos, todos sacrificavam.
Após o serviço no Templo, cada família trazia para casa seu animal sacrificado e o assava, para celebrar a ceia festiva. Depois da ceia, muitos iam para as ruas festejar, enquanto outros iam ao Templo, que abria suas portas à meia-noite.
 

     A destruição do Segundo Templo, tornou inviável a continuação dos sacríficios. Inicia-se então, uma nova forma de se celebrar Pesach que se torna em uma noite de lembrança, com uma refeição festiva, com vinho, pães asmos e ervas amargas, mas sem o sacrifício pascal.
 

     Os judeus criaram uma sequência litúrgica, conhecida como Seder para ceia de Pesach, que inclui o relato do Êxodo. A intenção do mandamento (Ȇx 12.26) é que TODOS os membros da família participassem das narrativas e da liturgia, e que a festa fosse uma ferramenta DIDÁTICA para ensinar à futura geração sobre como o Senhor libertou o Seu povo do Egito, com braço forte.

 

Hagadah

     A compilação do que viria a ser a Hagadah (em hebraico, “narrativa”) iniciou-se durante o período do Segundo Templo, no Israel antigo, entre o século VI a.c. e o século I d.c. Foram os membros da Grande Assembléia, há mais de 2.500 anos, que sentiram a necessidade de padronizar a comemoração e os relatos do Seder de Pesach. A Hagadah que se lê durante o Seder até hoje, conta a história do Êxodo do Egito, da escravidão, da libertação dos judeus e de todos os milagres que o Todo-Poderoso fez a Israel, incluindo todo o simbolismo e significados, orações e louvor (halel) onde o Salmo 113 e o 114, que eram um só, são cantados antes da refeição pascal. Os demais são cantados após a refeição. Muito provavelmente seja este o hino mencionado em Mateus 26.30.
 

A sequência (Seder) da Ceia de Pesach
 

As quatro taças – Vinho é um elemento muito simbólico num banquete. E até os dias de hoje, o povo judeu tem por hábito fazer banquetes regados a vinho, para comemorar livramentos, vitórias e etc. A maioria das festividades no calendário judeu são justamente isso. Pesach, não fica de fora. Nos sacrifícios de Ações de Graça, cálices (copos) frequentemente eram usados como um símbolo da redenção efetuada por D-us.
Durante o Seder, tomamos quatro taças de vinho, e cada uma representa os quatro verbos que significam salvação, mencionados na Torah. 
 

“Por isso direi ao povo de Israel: Eu sou Adonai, e eis que Eu os TIREI “vehotzeti” (1a taça) do fardo do Egito e os SALVEI “vehitzalti” (2a taça) da servidão; e vos REDIMI com meu braço estendido “vega’alti etchem b’zroa netuyah” (3a taça) com grandes juízos. E os TOMEI “velakachti” (4a taça) por meu povo. 
 

E me tornei o teu D-us, e vos fiz conhecer que eu Adonai, sou o Teu D-us. O qual os tirou do julgo do Egito e os trouxe a uma terra a qual a dei a Abraão, Isaque e Jacó, e a vos dei como herança, Eu sou Adonai”.

 
Pesach sob a visão judaico-messiânica

Yeshua e o último Seder

     Vale observar que nesta data, Yeshua entrou em Jerusalém, montado num jumento (Zac 9.9), o Cordeiro de D-us separado, aclamado pelo povo com ‘Hosanah ao Filho de Davi! Bendito o que vem em Nome do Senhor!’ (Mateus 21). Quatro dias depois, Ele mesmo seria sacrificado…

     Yeshua (Jesus), antes de seu sacrifício na cruz, celebrou seu último jantar de Páscoa com os discípulos, seguiu exatamente a tradição judaica vigente em sua época e que perdura até os dias de hoje. Em Lucas 22.15 lemos: “E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça.” Yeshua deixou claro que o cordeiro pascal simbolizava Ele mesmo. 

 Yeshua utilizou quase todos os elementos e a sequência que temos hoje nos lares judaicos. Não apenas isso, mas ele utilizou da tradição criada no séc. VI a.C. para institucionalizar a Santa Ceia. Como foi dito, todo o cerimonial da Páscoa hebréia aponta para Ele. 
 

     A terceira taça de vinho é tomada após a refeição. Esta é a taça da redenção, que nos faz lembrar do sangue do cordeiro inocente, derramado, que trouxe nossa redenção do Egito. Vemos que Yeshua tomou a terceira taça em Lucas 22.20 e em I Coríntios 11.25, “Semelhantemente, depois da ceia (jantar), ergueu o cálice, dizendo: “Este cálice (da redenção) é a Nova Aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes. Em memória de mim, fazei”. Essa não foi simplesmente uma taça qualquer; foi a taça da redenção da escravidão para a liberdade. Essa é a taça da Santa Ceia do Senhor.
 

     Enquanto Sua morte era tramada, Yeshua entoava “Erguerei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.” Salmo 116.13
 

    Yeshua, queria a salvação da humanidade. Ele queria que cada ser humano pudesse participar da Páscoa Espiritual, a ceia da comunhão com D-us e com o próximo. Yeshua desejava que cada pessoa no mundo pudesse ter a sua vida marcada com o sangue que Ele próprio derramaria na cruz.

Chag Pesach Sameach!!